Eu não sei como é o processo de
escrita das outras pessoas, dos verdadeiros escritores, das blogueiras e
blogueiros que admiro, mas o meu sempre melhora quando estou como hoje: sem
energia, sem internet, sem a civilização de costume. Depois de muito questionar
a vontade que bate de escrever toda vez que me encontro nessas circunstâncias,
eu finalmente comecei a entender.
Eu e a solidão nos damos bem. A mesma e eu somos a
melhor soma. Eu preciso me conhecer mais.
Então, convido essa visitante chamada solidão pra
tomar um suco, nunca gostei de café, finalmente deixo que ela se aproxime sem
cair no choro ao perceber ela por perto, e pergunto a mesma porque ela tem
estado tão perto esses dias. Não preciso de resposta, até rio dá pergunta boba
que acabei de fazer, é tão simples, ela está aqui porque preciso me conhecer
mais.
A gente corre tanto, tenta resolver todas as
coisas de uma vez. Nos preocupamos demais, vemos TV, ficamos nas redes sociais
e até lemos demais da conta. Às vezes a resposta pra uma paz está nisso, em um
momento em paz.
Se amar é chave de tudo, e se entender é o único
caminho que nos leva a esse amor.
Agora eu finalmente me desprendo um pouco desse
peso que vem sendo ser eu, começo um processo de aceitação das coisas que
infelizmente não estão ao meu alcance, esse é outro segredo, aceitar. Temos o
costume de contestar tudo, de ir contra tudo, e isso é válido, mas extremos
sempre são demais, às vezes é necessário reconhecer que tem que tomar outro
caminho para chegar lá, isso não é fraqueza, é sabedoria, desprendimento, é
força.
Nessa solidão cheia de gente em volta, eu começo a
compreender pelo quê, ou por quem vale a pena lutar, afinal, como recentemente
vi no Instagram: algumas pessoas simplesmente não valem mais a pena. Deixar de
amar, reconhecer um fim é ainda mais corajoso do que amar, isso requer uma
maturidade e uma reflexão que a gente não encontra em qualquer livro de
desapego.
Finalmente me aceito mais, sem questionar porque
isso que sou nunca bastou para tanta gente que amo, mas algumas pessoas são o
próprio defeito, não a maneira como tratamos ela. Começo a entender que não dá
pra fazer tudo, pra carregar as dores de todos, amar é deixar o outro se
descobrir e porque não dizer, quebrar a cara também? Por mais dolorosas que
tenham sido para nós, algumas pessoas tem que passar por essas mesmas
experiências.
Respirando fundo e deixando que só palavras
escorram, não lágrimas, eu compreendo que se eu me amar mais, me aceitar mais e
me culpar menos tudo vai ser mais fácil. Os problemas são grandes, eu sei, mas
dá pra levar a vida a sério e não ser sério pra essa vida. A gente vai rindo,
se descobrindo, se permitindo e assim vamos seguindo, com a certeza que fácil
não é, mas a gente não pode parar, porque mesmo que a gente faça isso, a vida
segue, a vida vai indo.
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