Sei que hoje o post deveria ser Música da Semana, mas não posso, então, desculpem o transtorno, mas precisamos falar de relacionamentos
abusivos.
Não sei se todos aqui sabem quem são, mas há um “casal” no BBB que tem
levantado muita polêmica. Emilly – uma menina de vinte anos com valores
bastante deturpados- e Marcos – um homem de quase quarenta anos que sempre
insistiu em ficar com a tal Emilly e finalmente conseguiu – formam um casal que
tem a maior torcida do programa. Talvez isso se deva ao fato de que o tal
Marcos se comportava como um verdadeiro príncipe no início; eram flores,
declarações, conversas até o amanhecer; e a menina conseguiu a torcida por ser
bonita, jovem e ser aquele típico personagem que erra, mas parece tentar
acertar, mesmo que por interesse. Mas a verdade é que pouco importa quem eles
se mostraram no início, o assunto deste texto tem mais a ver com o
relacionamento tóxico e abusivo que os dois mantém hoje, e que infelizmente é o
reflexo de vários outros que existem aqui fora.
Existe um ditado que diz que só quem já passou, é quem sabe como é
aquela experiência, isso é verdade, mas quando se trata de relacionamentos
abusivos, é preciso que todos saibam, porque nem sempre quem passa consegue
sair para contar a experiência depois. Então, deixa eu falar um pouco sobre o
relacionamento desse casal do BBB e talvez falar um pouco de você.
Marcos, que sempre tenta parecer muito maduro e acima de qualquer erro,
durante o andar desse relacionamento começou a cansar de alguns defeitos – que sempre
estiveram lá – na Emilly, mas por interesse algum motivo ele não acabou com a
mesma, em vez disso resolveu agir como se fosse o pai da menina e começou a
tentar educá-la de um novo jeito. Não é errado você querer que seu parceiro
melhore, claro, mas há um grande problema quando você começa a diminuir aquela
pessoa e passa a acreditar que ela é a imperfeição em pessoa, e você a
personificação das coisas boas. É isso que acontece com esse casal.
Mas não parou por aí...
O homem em questão começou a usar uma outra garota – Vivian -, que
também está na casa e que Emilly sempre teve um atrito, para fazer ciúmes em
sua “namorada” e também para mostrar o que seria uma mulher perfeita e em como
a sua parceira estava longe disso, é válido lembrar que essa segunda garota
nunca teve nenhuma proximidade com ele. Com a Emilly sempre se assumindo uma
garota possessiva, era óbvio que as tentativas de seu namorado teriam uma
reação. Ela começava a nutrir mais raiva pela colega de confinamento e ter
ataques de ciúmes, e o que seu namorado fazia era acusar a mesma de “surtar”
sem motivo algum e dizer que ela precisava amadurecer.
Com tantas brigas do casal, pessoas próximas começaram a tentar
interferir, aconselhar ambos os lados, mas a menina se dizia apaixonada e ele
criticava a parceira, mas depois “desculpava” a mesma e ficava com ela, não sem
antes mostrá-la o quanto ela deveria ser grata por ele ainda estar com ela. As
brigas foram ficando maiores e o Marcos sempre vinha com um novo método de
educar a Emilly, mas no fim era sempre da mesma maneira: ela tentava falar, ele
não escutava, ela gritava, ele repreendia e aproveitava o momento para mostrar
que ela ainda era imatura e pouco demais para o que ele esperava de uma mulher.
Mas acredite, diminuir, provocar, não escutar e mais uma vez diminuir
a namorada não foram as únicas coisas que aconteceram. Não para por aqui...
Com o passar do tempo o rapaz começou a ficar cada vez mais agressivo
e autoritário. As repreensões foram virando gritos cada vez mais altos, os
conselhos começaram a serem dados com o dedo no rosto dela e as humilhações ficaram
cada vez mais constantes, até que na noite de sábado tudo pareceu passar dos
limites.
O casal discutiu e ao ver a parceira conversando com uma terceira
pessoa que ele não gosta, o homem entrou na conversa já xingando essa terceira
pessoa e exigindo que a mesma deixasse sua namorada sozinha. Emilly bem que
tentou explicar que não estavam falando dele, mas ele não escutou e exigiu que
a menina saísse da festa para falar com ele, acostumada a fazer tudo que ele
manda, mesmo a contragosto e claramente assustada, ela foi. Eles conversaram –
na verdade ele falou e ela escutou – e ficaram mais calmos, mas mais uma vez
Marcos colocou Vivian na conversa e tudo acabou virando uma enorme briga. Foi
aí que vimos o quão tóxico é esse relacionamento.
Marcos encurralou a menina contra a parede e começou a gritar
descontroladamente com o dedo no rosto dela, com medo de algo pior acontecer
uma outra pessoa teve que intervir e pedir calma. O casal migrou para outro
cômodo e mesmo a garota pedindo para ele se manter longe, Marcos não obedeceu e
quando viu que ela não pararia, começou a segurar seu punho para que ela
ficasse onde estava, mesmo com ela reclamando que aquilo estava machucando-a.
Depois vimos uma coisa parecida com abraço, mas que não era, ele machucando a
mão da mesma, ela com cara de pânico, depois ele se jogando por cima dela e
chorando, dizendo que ela não poderia acabar com o relacionamento deles. Ela
chorou junto e aceitando a culpa que ele lhe deu, acabou consolando ele.
No dia seguinte eles voltaram a conversar e mais uma vez os ânimos se
exaltaram, foi aí que depois de mais um apertão no punho, Emilly falou que não
iria mais aceitar beliscão, ou apertão, que o braço dela estava dolorido por
causa disso. Não houve pedidos de desculpa.
A produção – erroneamente – escolheu apenas conversar com os dois
separadamente e Emilly pareceu enxergar minimamente o que estava sofrendo, mas
seu namorado começou a perguntar o que tinham falado para ela e quando percebeu
o que estava acontecendo falou que a mesma era a única pessoa capaz de
colocá-lo para fora de lá, porque ela conseguia desestruturar ele e que era
isso que ela estava fazendo, sua atitudes eram porque Emilly causava isso nele,
não porque ele queria.
Você pode achar isso coisa de casal, mas eu preciso te dizer que não
é. Um casal, casal de verdade, eles fazem bem um pra outro. Em um namoro
saudável seu parceiro (a) não vai usar outras pessoas para te irritar e mesmo
que cometa esse erro, ele vai reconhecer isso depois. Se você tem um bom
namoro, a outra pessoa não vai sempre jogar os seus defeitos “na rodinha”, você
não será diminuída e ela não vai te fazer acreditar que é pouco demais pra
mesma nem que você deveria agradecer por ainda tê-la em sua vida. Ela vai ficar
na sua vida sem te cobrar um obrigada
diário. Preciso que entendas que não é aceitável alguém te colocar contra a
parede e lá gritar e colocar o dedo no seu rosto, muito menos te beliscar, e
machucar você, essas últimas coisas, são verdadeiramente agressão.
Se você vive algo parecido com o que falei aqui, a luz vermelha acabou
de ascender para você e é hora de sair desse relacionamento. Você pode ter defeitos
graves, e deve sim melhorar, mas não deve ficar em um relacionamento que te
diminui e usa isso contra você constantemente. Quem ama ajuda, compreende, é
parceiro, e diminuir você não é amor. Se a pessoa que você tem do seu lado te
machuca fisicamente, mesmo sem tapas ou murros, saia dessa, é agressão do mesmo
jeito.
E sim, é normal você não ter percebido antes que vivia em um
relacionamento abusivo, é muito comum você achar que na verdade a pessoa é
muito boa para você mesmo ele fazendo isso, mas aproveite que finalmente viu e
corre daí.
E por fim, machucar fisicamente é o estágio final de um relacionamento
abusivo e várias vezes ele nunca acontece, mas ainda assim, não deixa de ser
abuso. Na maioria das vezes a pessoa meche apenas com seu psicológico, e não
ache que isso é pouco, é muito, é mais do que muitas pessoas podem aguentar.
Não espere chegar ao último estágio e muito menos tente ficar até onde aguentar.
Saia hoje, porque você pode não ter chances, nem forças para sair depois. E se
você, caro leitor aí do outro lado da tela estiver passando por isso e teme
sair e ser machucado, procure ajuda, se quiser conversar estou aqui, na aba contato
tem o email do blog, mas minhas redes sociais estão abertas para você. Só me
escuta, saí dessa. Saí daí por favor.
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