Sobre diferenças



Dia desses, eu estava sentada com alguns amigos e lembrei-me do quanto eu tinha uma impressão diferente deles antes de conhecê-los melhor. Não falo daquele tipo de birra boba que a gente tem com alguém que nunca falamos, digo sobre o que me veio à mente quando olhei o óculos de um, a tatuagem do outro, o gosto musical do terceiro... Do que também veio à mente deles quando me viram sempre de saia ou vestido, usando óculos e falando pelos cotovelos.
Eles são tão diferentes do que eu pensava, eu sou diferente do que eles imaginaram.
Parei e pensei em quantas vezes nessa vida a gente não faz isso, não concluímos que conhecemos alguém apenas pelo que vemos e pela meia dúzia de palavras que trocamos. Grande erro.
Aquele rapaz mais diferente de mim se mostrou alguém receptivo para ouvir do meu mundo, mesmo entendo tão pouco. E aquele que mais se parecia comigo foi um dos que mais tive que me adaptar às nossas diferenças para que eu não deixasse de admirá-lo. Afinal, quem tem culpa por não ser o que a gente esperou que a pessoa fosse? Por que querer que as pessoas se comportem da maneira que a gente achou que elas eram?
O mundo é volátil, nossas ideias também. E as nossas conclusões mais ainda.
Não importa quantas vezes a gente olhe para um alguém e quantas conclusões possamos tomar com essas olhadas, se a gente não parar para conhecê-la de verdade, nunca saberemos quem essa pessoa é. E essa é a única verdade.

Ninguém, por mais óbvia que essa pessoa possa ser, é apenas o que a gente vê. Essa é a conclusão que devemos ter.

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